— Quem é o seu Zé?... O seu Zé por Zé?
— Muito estranha essa pergunta, eu por o que? Você quer por o que ?
— É para você falar a respeito de você mesmo.
— a gente num tava fazeno isso até agora, essa entrevista não foi sobre isso?
— Fale um pouco de você como se você não fosse você, fale de você na terceira pessoa, o que você teria a dizer sobre você mesmo se você fosse um outro… ...qual a sua opinião sobre você mesmo? Entendeu agora?
— Sim entendi, um pouco difícil fazer isso, porque eu sou suspeito de falar mim mesmo. Mas respondendo a pergunta; o que eu diria sobre mim mesmo. O oceano! … O mar! … Não em tamanho de volume, mas em mistério, não o Pacífico, mas o Atlântico, para além de suas praias, um lugar desconhecido entre dois continentes, lá a onde os navios se perde, onde o mar se confunde com o céu. Talvez ali exista um barquinho remo. Dentro está lá sozinho, solitário, mas o mar sou eu mesmo, e tento não afogar em mim, nem me desesperar com os mistérios Inexplicáveis do oceano, o infinito é comum, só por ser desconhecido as dimensões do Atlântico. Na visão de um atlas tudo certo, um ponto ignorado, talvez um erro de impressão, vivendo mar a dentro o alto mar é tão imenso que não se pode contar. Infinito litros, infinitas vidas e mistérios, dentro de uma porção mensurável de um dos sete mares.
…
— Seu Zé, o que foi isso?, se fosse resumir tudo em uma palavra só, qual seria?
— Não sei, talvez, vida, ou oceanografia.
— Esse foi o Entrevistas Rápidas de hoje, falamos com o seu Zé, que… é… além de desempregado, ele faz qualquer tipo de serviços gerais.
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