Você sempre me escolhe na prateleira.
Eu sei que não é pela minha qualidade
E me devora com uma fome voraz
Depois me ignora como se eu não fosse nada.
Às vezes sou só o resto da sua digestão.
Sou só aquilo que você ignora.
Você me descarta e eu vou pelo cano.
Sozinho, boiando, desejando você.
Você não vê o quanto estou perto.
Você tenta me ignorar mas já faço parte do seu corpo.
Mas você insiste em me expelir.
Quando precisa você extrai o melhor de mim.
Depois me joga fora, eu definho a seus caprichos, sou reduzido a quase nada, e o que sobra você joga fora .
Tão perto, tão longe.
Tão íntimo, tão ignorado.
Eu percebo quando me olha.
Sei que sente vergonha, nojo, sei que fica constrangida.
Sou só como nada que você não precisa mais, depois de circular pelo seu corpo.
Sou deixado de lado.
É assim que você me agradece.
Estou abandonado, solto por aí
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