domingo, 5 de agosto de 2018

Tudo que não acorda

Já faz muitas manhãs que eu acordo e inda estou dormindo.
Alguma coisa ficou lá dormindo, e não é a minha esposa.
Só esforço para lembrar o que está faltando, mas apesar de estar ainda sonolento faz tempo que eu sei o que é sonhar.
Levanto e ando, sigo me apoiando na parede, a parede dura, fria e imóvel me avisa que ainda estou dormindo, mesmo que não sonhando.

Acordar não é uma opção, deixamos a tempos o mundo da imaginação, temendo que não era real. Mas a realidade da falta de imaginação é muito pior que um suposto lugar imaginário que talvez não exista.

Por isso o café me torna adulto, por isso ele tenta me dispertar. Por isso tomo cafe, mesmo não querendo.

Mas as responsabilidades diárias de uma vida adulta nos fazem perder a imaginação deixamos de criar para produzir, prazo produção, meta, indicadores, agora todos eles estão pedindo mais imaginação, criatividade, "resolva tudo isso" - eles dizem, "de uma maneira diferente".

Acordar? Será um acordo entre o café e a vida de adultos chatos que vivem no seu limite do possível. Será um acordo entre a criança interna que amuito está adormecida e a falta de espaço para ela num mundo maliciosos que consome inocência e imaturidade no café da manhã.

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