Você não tem culpa de ser tão velha.
Você não tem culpa de ser assim tão desajeitada.
Você não sabe como eu realmente queria gostar de você.
Você não tem culpa de exalar esse cheiro, vejo o quanto os outros te olhando com segundas intenções, você provoca seus desejos ou inveja.
Você não é feia, o problema é que você já nasceu assim, é assim você me engana, me seduz, o poder de te ter em minhas mãos é pura ilusão.
Você não tem culpa de insistirem num erro de fabricação, por tanto tempo assim.
Seus projetistas foram pioneiros, mas hoje você não passa de defeito ambulante.
Queria gostar de você, queria ter prazer em ter você.
Mas quando a próxima marcha não entra, e o acelerador grita em vão.
Quando o você ferve aquela água quente, obrigando a parar onde quer que esteja.
Quando me distraio segurando o volante e de repente involuntariamente você muda de direção.
Quando seus amortecedores transferem todo o impacto para o meu acento.
Quando faço mais força que o comum, para ver se a roda vira só mais um pouquinho.
Você demonstra que já está ultrapassada, um símbolo na memória de outras gerações que não se importavam com seu desconforto.
Um status que contribuiu para evolução dos automóveis.
Não obrigado Kombi.
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